Lembro ainda dos primeiros livros
que li, no antigo ginásio nos anos 80 na escola Sud Mennucci, a D. Ana
professora de português nos passava a lição, dava-nos o livro que deveria ser
lido e no fim do bimestre a prova marcada sobre o mesmo, para comprovar se
havíamos mesmo lido e o que tínhamos entendido.
Inicialmente parecia um
sacrifício, pois não tínhamos o hábito da leitura e a prova deixava todo mundo
em pânico, pois contava pra nota final, numa época que existia reprovação, não
tinha a facilidade de hoje que há a aprovação automática!
Com o tempo o que começou como
uma obrigação tornou-se prazer, Xisto no Espaço, Férias em Xangri-lá, O Caso da
Borboleta Atíria, A Vaca Voadora, A Ilha Perdida, Tonzeca o Calhambeque e o meu
predileto, O Gênio do Crime foram alguns dos primeiros livros com os quais me
deleitei!
Os anos se passaram e os gostos
foram se dilatando, buscando mais e mais assuntos, hoje não consigo ficar sem
ler um bom livro, pena que diferentemente de minha época parece que os jovens
de hoje não se interessam pela leitura e não há nada que os incentive a isso.
Penso nisso ao saber que dia 23
de abril é comemorado como o Dia Internacional do livro, dia esse que foi
instituído inicialmente em 1926 no dia 05 de abril em comemoração a data do
nascimento do escritor Miguel de Cervantes e que em 1930 passou para a data
atual, que é a data também do falecimento de Cervantes, assim como de William
Shakespeare e Josep Pla.
A pessoa que não conhece as
delicias da leitura priva se de dar asas a imaginação, viajar a lugares
distantes e desconhecidos e conhecer novas palavras e pontos de vistas.
Fico feliz em ter nascido em uma
família que sempre incentivou a leitura e por ter pessoas como a D. Ana e
outros professores que com carinho e afinco nos deram chance de abrir nossos
horizontes através da busca do conhecimento pela leitura!
Infelizmente a leitura é um
hábito que não existe nesse país, só em comparação a media de livros no Brasil
é de 1,8 livros por ano, enquanto na França, por exemplo, a média é de 12
livros por ano, já a nossa vizinha Argentina tem uma média de 6 livros/ano,
isso deveria ser encarado como uma vergonha!
Talvez isso explique um pouco o
atraso tecnológico e também falta de mão de obra especializada no mercado e o
nosso PIB ridículo, o livro nos faz pensar e onde a cabeça não pensa o corpo
padece, já dizia o antigo ditado.