quinta-feira, 6 de abril de 2017

Lendas e Crenças da Quaresma

Nessa época de quaresma e a proximidade da Sexta-Feira Santa muitas vezes me pego viajando na memória e lembrando das lendas  relacionadas a data e os “causos” contados principalmente pelos mais antigos.
Já falei outras vezes sobre a Mula sem cabeça, Lobisomens e a Procissão dos Mortos, fala se muito também que nessa época aumenta a aparições de OVNIS em certas regiões, aqui perto de Piracicaba principalmente na serra de São Pedro!
Mas um “causo” muito famoso contado na região e que ouvia muito de meu avô é o do boi falô, aqui atribui se essa estória ter acontecido em Capivari, já em Campinas o distrito de Barão Geraldo requereu pra si a o famoso “causo", inclusive criando uma festa alusiva ao fato, patrocinada pela Secretaria de Cultura de Campinas e que se realiza todos os anos.
Para os que não conhecem a história, contando-se meio por cima, diz-se que, numa Sexta-Feira Santa um capataz de uma fazenda ordenou que um trabalhador fosse buscar uns bois no pasto para arar a terra, mas ao chegar lá, um dos bois continuou deitado se recusando a sair do local, diante da insistência do rapaz o boi vira e fala: “Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo!", fato que aterrorizou o pobre rapaz que saiu em desabalada carreira.
O canto do galo também era uma crença antiga de que após o canto do galo as quatro da madrugada, até o alvorecer não se devia sair de casa, pois essa é a hora que as almas penadas saem de onde se encontram, isso está relacionado ao fato de Pedro ter negado Cristo, como diz o texto bíblico: “Antes que o galo cante duas vezes tu terás me negado três”.

Interessante é ver que antigamente a Sexta-Feira Santa era um dia de silêncio total, como um luto mesmo, nem ouvir rádio era permitido, hoje até rojão se solta, comércio aberto quando antes nem se pensava em cometer tal sacrilégio, tudo bem, não precisamos ser tão radicais como antes, mas algumas coisas poderiam ser mantidas ainda, algumas coisas são gostosas de nutrir para trabalhar o imaginário num mundo tão chato como o de hoje!