Com a revolução
constitucionalista de 1932, o futebol paulista foi a campo, mas não como
estamos acostumados a ver, o campo propriamente dito é o de batalha, as
trincheiras, ficando esquecido o chamado esporte bretão pelos três meses que se
estenderam as batalhas entre o Estado Paulista e as tropas da Federação.
Jogadores de renome como o grande
Arthur Friedenreich tornaram-se combatentes e mostraram sua bravura. O próprio El
Tigre acabou sendo promovido a 2° tenente do 1° batalhão esportivo pela bravura
e brilhante atuação nos combates.
Em Piracicaba também, vários
jogadores do XV e outros clubes da cidade foram a luta, como Chico Godói,
Antonio Leme, Geraldo Toledo, Venerando Ribeiro do Valle, Petrônio Beluca entre
outros.
No dia 17 de setembro de 1932 a
diretoria do XV se reuniu e decidiu entregar ao MMDC todo o seu acervo de taças,
bronzes, estatuetas, etc, para a campanha ouro para São Paulo, que tinha como
finalidade prover as tropas paulistas na luta constitucionalista.
Foi uma época de temor e
tristeza, mas também de heroísmo desses paulistas que lutaram e deram a vida
pela legalidade de um país, mas houve também histórias com finais felizes, como
a relatada no livro “A história do XV” do jornalista Rocha Netto, falando do
esportista piracicabano Zé Torresmo que aqui transcrevo:
“No dia 29 de outubro Zé
Torresmo, de regresso da Ilha das Flores, onde estava como prisioneiro de
guerra, foi homenageado pelos seus amigos e familiares. Um pouco mais gordo, Zé
Torresmo contava suas proezas na linha de frente e informava que precisava
fazer um regime para voltar a pratica do futebol.”
Zé Torresmo era irmão de Moacir
de Moraes, jogador Campeão do Interior de 1931 pelo XV e um dos técnicos do
alvinegro na lendária conquista do título de 1° Campeão da Lei do Acesso em
1948.
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