domingo, 3 de agosto de 2014

REVOLUÇÃO DE 1932 E O FUTEBOL

Com a revolução constitucionalista de 1932, o futebol paulista foi a campo, mas não como estamos acostumados a ver, o campo propriamente dito é o de batalha, as trincheiras, ficando esquecido o chamado esporte bretão pelos três meses que se estenderam as batalhas entre o Estado Paulista e as tropas da Federação.
Jogadores de renome como o grande Arthur Friedenreich tornaram-se combatentes e mostraram sua bravura. O próprio El Tigre acabou sendo promovido a 2° tenente do 1° batalhão esportivo pela bravura e brilhante atuação nos combates.
Em Piracicaba também, vários jogadores do XV e outros clubes da cidade foram a luta, como Chico Godói, Antonio Leme, Geraldo Toledo, Venerando Ribeiro do Valle, Petrônio Beluca entre outros.
No dia 17 de setembro de 1932 a diretoria do XV se reuniu e decidiu entregar ao MMDC todo o seu acervo de taças, bronzes, estatuetas, etc, para a campanha ouro para São Paulo, que tinha como finalidade prover as tropas paulistas na luta constitucionalista.
Foi uma época de temor e tristeza, mas também de heroísmo desses paulistas que lutaram e deram a vida pela legalidade de um país, mas houve também histórias com finais felizes, como a relatada no livro “A história do XV” do jornalista Rocha Netto, falando do esportista piracicabano Zé Torresmo que aqui transcrevo:
“No dia 29 de outubro Zé Torresmo, de regresso da Ilha das Flores, onde estava como prisioneiro de guerra, foi homenageado pelos seus amigos e familiares. Um pouco mais gordo, Zé Torresmo contava suas proezas na linha de frente e informava que precisava fazer um regime para voltar a pratica do futebol.”
Zé Torresmo era irmão de Moacir de Moraes, jogador Campeão do Interior de 1931 pelo XV e um dos técnicos do alvinegro na lendária conquista do título de 1° Campeão da Lei do Acesso em 1948.
 

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